O corpo é um todo, cheio de afeto
“Sinto-me estável, com coragem”. “Meu corpo tinha confiança, seguia a voz que o guiava”. “Nesse silêncio, uma sensação de bem estar”.
(Trechos do Livro “O corpo tem suas razões”, Thèrèse Bertherat, 2010, edição original 1977)
Na data em que escrevo esse ensaio (entre 17 e a18 de abril 2020), vivenciei um workshop com Esther Veltheim, idealizadora do Breakthrough que pertence às Ciências da Vida, dentro de todo Sistema BodyTalk. Depois de duas tão instantâneas horas (pareceram dois minutos rs), saio cheia de afeto no coração. Perguntar-se sobre nossas dúvidas é libertador, e não precisa ser inquisitivo, ao contrário. Quando comecei esse ensaio, estava com o livro de Bertherat na cabeceira, em meio a essa época de distanciamento social. E a pergunta de Esther foi justamente: como estamos nesse mergulho dentro de nós mesmos? Quais demônios estamos lidando? Quais emoções despertam em nós? Falamos muito do medo - e como seria para você, leitor, o medo nesses tempos? Também inquisitivo que te amedronta ou seu aliado para a inspiração que te leve a ações práticas? Bertherat, em seu livro "O corpo tem suas razões", convida na prática da sua chamada anti-ginástca:
Em outro trecho, ela acompanha a auto observação dos praticantes e o que acontece:
No Livro, a autora fala do corpo como uma casa, onde você não mora, na verdade. É uma casa fortaleza, mal assombrada, com chaves, fechaduras, portas blindadas ou é uma casa acolhedora? Como você lida com seu corpo?
E seus pensamentos? Esther Veltheim propõe um método de auto investigação, que atravessa e vai além do conceito do predicado de quem você é, ou como você é o que é (suas identidades e máscaras), para propor um ser-estar em si, no momento intenso presente, onde não é mais seu pensamento que te define. Estar no pensamento – barulhento, ruminante, insistente, cobrador, manipulativo, opressor – é a doença do corpo mente. É a pura identificação com nossa natureza mental. É buscar paz na ilusão.
Mas, estar no corpo, vivo, cheio de perguntas curiosas sobre si, é uma oportunidade libertadora de amar. De ser livre.
Assim é o sistema BodyTalk. Uma liberdade de se ver, com coragem, com a cor do coração.
Gostaria de compartilhar uma citação que Esther Veltheim trouxe naquela ocasião:
Esse ensaio é cheio de emoção. Cheio de corpo e afeto. Cheio de curiosidade. Cheio de confiança. Cheio de BodyTalk. Foram questões para abrir mais questões dentro de você. Questões de afeto.
A gratidão aos idealizadores do sistema – Dr. John e Esther e outros tantos instrutores, colegas, amigos, do mundo todo – é um fio que nos vê integrados a um todo, mesmo que não saibamos claramente. E embora tenhamos todos nossos dores, são elas um caminho para suas questões de saber de si. Uma irônica forma de nos aceitar humanos.
Nirvana Marinho